Resgate à versão clássica

 O Correio é antigo, não é mesmo? Sua utilização está presente desde o Império Egípcio, na Antiguidade, e atinge seu apogeu no Império Persa, quando o Imperador Dario, ao construir estradas que garantiam a unidade política na Pérsia, desenvolve o Sistema de Correios, uma linha regular de troca de informações. Entretanto, não é somente sua origem que é antiga, mas atualmente, quem utiliza o correio para troca de informações é considerado antiquado.

    

 Com tantas tecnologias que permitem a troca de informação instantânea, como o e-mail, messenger, celular,etc.,o correio, por ser menos prático, é utilizado hoje para quase somente receber um tipo de informação não agradável: contas e propagandas(ou seja,futuras contas). Assim, os jovens e adultos não têm a visão romântica que as pessoas de épocas mais antigas têm do correio, como nossos avós, que realmente precisavam do envio de postais para se comunicar e informar-se. 

 Os outros meios de comunicação podem ser mais rápidos e práticos, mas o que é inquestionável entre todas as gerações é que o envio de cartas, dos mais variados assuntos, é muito mais pessoal, clássico, e continua tendo o seu valor. Pode não ter o mesmo uso que antigamente, mas a correspondência não é e não será algo inútil. Cabe a nós sermos menos apressados, resgatarmos o diferencial que as cartas trazem, e inovarmos com um novo motivo para utilizá-las.

E o correio terá outra impressão para você:

Obs: No entanto, nem sempre a versão clássica é a melhor. Se você precisa fazer um trabalho escolar, talvez seja melhor continuar pesquisando com o Google de hoje, e não o Google Classic abaixo: 

Como o papel tem esse papel?

    Por mais que o post anterior deixou claro que jornal não é somente o jornal impresso, não podemos negar a importância da informação escrita no papel na história da comunicação. Registrar conteúdo e divulgá-lo, através de uma substância que pode fixar a escrita, foi um grande avanço não só para a comunicação, mas também para a história da humanidade.

    Para entendermos a importância do papel, temos que conhecer sua evolução, pois é a partir dela que entenderemos a influência dessa substância na nossa sociedade.

    O papiro foi o primeiro elemento que fixa a escrita que se tem notícia. Utilizado pelos egípcios, e feito de origem vegetal, era de fácil transporte a tal ponto que mercadores da Ásia levaram à Europa sua utilização. Na história do papiro, que repercutirá no pergaminho, já se nota a forte influência política que o registro de conhecimento têm na sociedade: Rei Êumenes II, de Pérgamo (atual parte da Turquia), no segundo século antes de Cristo, tentou atrair para o seu reino o principal poeta da Biblioteca de Alexandria, pois queria desenvolver um grande centro de conhecimento sob seus domínios. O faraó do Egito, para não perder a supremacia de sua biblioteca, bloqueou através da proibição do comércio de papiro esta tentativa. Com a falta do papiro, Êumenes II desenvolveu a escrita em um pedaço de pele de animal – o chamado pergaminho.

    Embora o fato anterior é considerado lenda, a verdade que se tem é que o pergaminho foi aprimorado na cidade de Pérgamo, a ponto de ser o único material de escrita utilizado a partir do século VII, devido ao bloqueio árabe do Mediterrâneo que extinguiu o comércio de papiro. Feito de pele de animal, geralmente de carneiro, curtido e polido, o pergaminho foi tão aceito pela sociedade, que por mais que seu custo era mais elevado, barrou, inicialmente, a utilização do papel na Europa. O papel, quando feito totalmente de linho,não tinha custo benefício comparado com o pergaminho. Mas o que realmente fez com que o pergaminho ainda persistisse foi o preconceito criado pelos europeus contra o papel, sustentado pelo argumento de que o papel era mais frágil e que seria imprudência registrar documentos importantes em uma folha de papel. O que estava também implícito ali é que o papel era feito pelas mãos dos árabes e dos judeus, os maiores inimigos de uma Europa totalmente Cristã.

    Enfim,chegamos a origem do elemento que tem principal papel de registro escrito na nossa sociedade: o papel. Oficialmente, a fabricação teve origem na China, por Tsai-Loun, funcionário encarregado das manufaturas reais do Imperador da época (105 d. C). Resultando de um processo químico, no qual se dissolve a lignina existente na planta para libertar as fibras de celulose, o papel teve sua utilização difundida rapidamente no Oriente, mas o método de sua fabricação foi transmitido lentamente, pois, novamente, quem detinha a manufatura em suas mãos obtinha prestígio e poder.

    A propagação do papel no Ocidente foi da mesma forma que no Oriente: primeiro veio seu comércio; depois a sua fabricação. Como citado anteriormente, sua entrada na Europa causou estranhamento no inicio por diversos fatores, entretanto seu uso persiste por todos esses tempos devido a sua supremacia na fabricação, uso e transporte. Na simples história do papel, vemos a influencia dos fatores políticos, geográficos, econômicos e religiosos, que também marcam presença na história da comunicação e, principalmente, na história de nossa sociedade.

Jornal sem jornalista? Jornalista sem jornal?

Avião sem asa e fogueira sem brasa, são fatos complicados de acontecerem, mas já jornal sem jornalista e jornalista sem jornal, são possíveis. Não são nem só possíveis, como já aconteceram na história da humanidade. Para entendermos melhor essa “excentricidade”, temos que entender o que é jornal: “toda e qualquer publicação dotada de atualidade, periodicidade, e variedade da matéria” (COSTELLA, 2002, p.17). Ou seja, o rádio jornal que você ouve de manhã, o jornal impresso que você lê durante o almoço, o jornal que você assiste à noite, e até a primeira publicação regular de que se tem notícia, a Acta Diurna, são jornais.

Quando tiramos o paradigma que se tem que jornal é o informativo tipográfico, descobre-se que o surgimento do jornal foi na Antiguidade, com os Romanos. Na Roma Antiga e no Império Romano, a Acta Diurna era afixada nos espaços públicos, e trazia fatos diversos, notícias militares, obituários, crônicas esportivas, entre outros assuntos. Aqui se vê presente o jornalismo sem jornalista, pois jornalistas, em Roma, eram todos os cidadãos que faziam, coletivamente, circular a Acta diurna.

            Um tempo depois, na Idade Média, os cancioneiros, famosos trovadores, transmitiam as informações de feudo em feudo, de forma artística e ritmada. Embora a Europa tenha vivido um momento de estagnação da circulação de notícias, a comunicação não parou devido a esses artistas – os jornalistas sem jornais.   

            Entende-se então, que, para comunicar e informar, necessidades básicas do ser humano desde os tempos primórdios, não são  necessários nem a tipografia, nem o jornalista oficial, nem o jornal impresso. Para haver circulação de informação, é necessário simplesmente a publicação dotada de atualidade, peridiocidade e variedade de matéria. Twitter pode ser uma espécie de jornal?Dependendo do seu conteúdo,sim. Blogs, diários semanais, notícias postadas em um mural, revistas, podem ser jornais? Havendo peridiocidade e variedade de matéria,sim.

            Para concluir, como tratamos sobre a história do jornal na humanidade, nada melhor que encerrarmos com a história do jornal em Caxias do Sul, através do vídeo abaixo feito pelo jornal O Caxiense, sobre o primeiro Diário semanal da cidade, o Caxias Magazine.

Os tempos mudam;o sentimento continua o mesmo

     O trecho do filme “2001 uma Odisséia no Espaço”,de Stanley Kubric,(http://www.youtube.com/watch?v=wC8DcI1vw_U ) relata  o momento em que o ancestral do homem se dá conta que pode utilizar elementos como instrumentos para facilitar sua adaptação ao meio.

     O osso presente no filme serviu para apreensão de alimento e para estabelecer poder sobre outro bando, o que se pode relacionar com a tecnologia, pois, sendo ela um grande meio de atendimento das necessidades do homem moderno, torna-se também um mecanismo de poder.

    O homem, por ser um ser social, como diz Aristóteles, teve que aprender a se comunicar entre seu bando e entre tribos inimigas, de modo que a comunicação foi o diferencial para o seu desenvolvimento.

     A relação de comunicação, tecnologia e poder já estava presente desde os tempos antigos, porque melhor adaptou-se aquele que utilizou instrumentos para garantir sua sobrevivência.       

   Atualmente, órgãos públicos e privados sabem da força da tecnologia aliada à comunicação, por isso são poucos os países desenvolvidos que não investem nesses meios.

    O interessante que o fascínio do ser humano pelo ato de inovar não se perde, mesmo que o homem já tenha suas necessidades atendidas. Os tempos mudam, mas o sentimento de ter em suas mãos uma nova ferramenta que pode influenciar os outros, faz com que o homem sempre busque novos meios de se comunicar.

   No entanto, por mais que vieram ferramentas melhores,os meios de comunicação não extinguiram um ao outro, pois cada um tem sua especificidade e sua importância na sociedade. Quando o rádio foi lançado, acharam que o jornal  ia ser extinto. Não foi o que aconteceu. Quando lançaram a televisão, muitos afirmavam que era o fim do jornal e do rádio, mas os dois permaneceram. Com a internet, era certo a destivação do jornal, do rádio, e da televisão, entretanto os quatro meios de comunicação, além de estarem ativos, atualmente trabalham juntos. E o mais surpreendente, é que pesquisas feitas pelas áreas de Marketing revelam que o meio de informação que o consumidor mais confia é o jornal impresso.

   Confirma-se que os tempos mudam, as tecnologias se inovam, os homens comunicam-se, os instrumentos transformam-se, mas os sentimentos de descobrir e  de comunicar continuam os mesmos. O vídeo a seguir ilustra de forma criativa o desenvolvimento tecnológico aliado a essência humana :